Introdução ao Dart

Dart - Criando uma base 🧱

Dart é uma linguagem de programação criada pela Google voltada ao desenvolvimento ágil de aplicativos para qualquer plataforma.

Ela foi apresentada na GOTO Conference de 2011, que aconteceu de 10 a 11 de outubro de 2011, naquela época a ideia inicial era de substituir o JavaScript como a linguagem embutida nos navegadores.

Em novembro de 2013, foi lançada a primeira versão estável, Dart 1.0. Em agosto de 2018 foi lançado o Dart 2.0, um reboot da linguagem, otimizando para o desenvolvimento client-side para Web e dispositivos móveis.

Hoje em dia o Dart contempla inúmeras funcionalidades que várias outras linguagens modernas implementam de maneira majestosa. Irei apresentar algumas delas nesse artigo, espero que goste 😁.

1. Características

Por ser uma linguagem bem moderna e ainda com muito desenvolvimento, NÃO ME ENTENDA MAL, hoje em dia a linguagem não deixa a desejar em nada! Bom pelo menos para mim, tem tudo que necessítamos para uma boa codificação. A ideia da Google, é pegar tudo que há de bom nas linguagem mais populares e melhorar ainda o que essas mesmas tem de “ruim”… bem vamos as suas características.

• Segue o paradigma de orientação a objetos;
• Segue a sintaxe C-like, deixando familiar a maioria das linguagens mais populares;
• Segue o conceito de ser uma linguagem fortemente tibada, por mais que contemple o tipo dynamic;
• Segue a conceito do “Type inference”, tem a capacidade de inferir o tipo da variável conforme a atribuição de valor.
• Segue um conceito de ser minimalista na implementação, como no exemplo de Java, para tornar algo privado escreve-se private na frente, no caso do dart somente _ colocando um underline basta. Além disso possibilitar a implementação do mesmo trecho de código de forma breve e consistênte, como explicarei logo abaixo.
• Segue conceito de compilação ahead-of-time (AOT), quando código é compilado diretamente para binário (código de máquina) o que possibilita a alta performance nativa;
• Segue conceito de compilação just-in-time (JIT), possibilitando a compilação diretamente no device, com a aplicação ainda em execução, facilitando muito no ciclo do desenvolvimento. O que chamamos hoje de hot-reload;
• Segue com o conceito de plugins para IDE’s, não foi criado uma IDE propria para o seu desenvolvimento, em vez de tirar o desenvolver do conforto de sua IDE, ele proporciona ao instalar um plugin possa utilizar da mesma para o desenvolvimento em Dart/Flutter;
• Segue o conceito de linguagem case sensitive;
• Segue open-source;
• Segue com boa documentação e uma comunidade em constante crescimento;

Bem eu sei que posso ter esquecido de algo, pois para cada desenvolvedor que se aventura no mundo de cada linguagem, para ele vai existir boas e más características…. Sempre que lembrar de algo irei editar o artigo.

2. Preparando o ambiente

Por ser uma linguagem moderna e bem documentada, mantida pela Google, navegando pela internet encontramos vários e vários tutoriais que nos ensinam a preparar um ambiente para desenvolvimento/teste em Dart, irei deixar um artigo em que escrevi sobre preparar o ambiente Flutter no Linux, e ainda o DartPad, uma pagina que possibilita testar essa magnifica linguagem.

Como meu ambiente já está preparado e já temos instruções sobre a preparação vou seguir do principio que irá utilizar do meu artigo, ou do DartPad.

3. Boas praticas a codificação

Caso deseje ler as boas praticas de codificação em que a Google nos passa sobre a linguagem basta acessar o link Dart Guides que ao finalizar essa leitura muitas dúvidas e maneira de como proceder em diversos casos serão sanadas.

Tentarei resumir o máximo que puder nesse trecho sobre o assunto.

O que nos é apresentado logo de cara, é que a linguagem sempre, ou na grande maioria das vezes nos proporcionará dois tipos de escrita, a breve e a consistente.

A breve, se resume em codificar algo de forma “curta” (menos linhas) e a consistente em codificar algo de forma mais “explicativa” ou, legível, onde no mesmo documento é relatado a não utilização excessiva da forma breve pois pode ocasionar a difícil interpretação de código. Abaixo irei dar dois exemplos do que estou falando.

Consistente:

class Pessoa {
  String nome = '';
  
  Pessoa(String nome) {
    this.nome = nome;
  }
}

void main() {
  Pessoa pessoa = new Pessoa('Paulo');  
  print(pessoa.nome);
}

saída ~> Paulo

Breve:

class Pessoa {
  String nome;
  
  Pessoa(this.nome);
}

void main() {
  var pessoa = Pessoa('Paulo');  
  print(pessoa.nome);
}

saída ~> Paulo

Claro que possivelmente esse não seja o melhor exemplo sobre dificultar a interpretação de código mas, já da pra se ter uma base.

Ainda na documentação nos é recomentado ativar os linter rules para que o Dart possa notificar de acordo com as regras escolhidas.

Um exemplo bem básico sobre lint que é pego pelo dart analyzer é criar uma função que retorna algo, mas não implementar o seu retorno.

Porém tudo isso é configurável via de regra.

4. Tipos de dados 🎲

Uma das características fundamentais em uma linguagem de programação é o conjunto de tipos de dados que ela suporta. Esses são os tipos de valores que podem ser representados e manipulados em uma linguagem de programação. No caso do Dart, podemos ver abaixo.

4.1. Tipos numéricos 🔢

Como explicado os números podem ser classificados de três formas.

• int é utilizado para representar números inteiros, como números de 16 bits;

  • int num1 = 2; 
    

• double é utilizado para representar números de ponto flutuante de 64 bits;

  • double num2 = 1.5;  
    

• num é utilizado para representar um número inteiro ou de ponto flutuante. Não muito utilizado.

4.2. Tipo caracteres 🔤

Utilizado para representar um conjunto de caracteres, é uma sequencia de unidades de código UTF-16. A palavra reservada String é usada para representar valores literais em texto. Os valores são incorporados em aspas simples ou duplas.

String string = "Dart"; 
String str = 'Dart'; 
String str1 = string + str;  

4.3. Tipos condicionais 🆗

Representa valores condicionais true ou false. A palavra reservada é bool.

String string = "Dart"; 
String str = 'Dart'; 

bool val = (string == str);
bool val1 = true;
bool val2 = false;

4.4. Tipo lista ✔️

O tipo de dado lista é semelhante a matrizes. Uma lista é usada para representar uma coleção de objetos.

List strings = new List(4);
strings[0] = 'String1';
strings[1] = 'String2';
strings[2] = 'String3';
strings[3] = 'String4';

4.2. Tipo mapa 🗺️

O tipo de dado mapa é um objeto de “par” chave e valor. Chaves e valores em um mapa podem ser de qualquer tipo. É uma coleção dinâmica.

Map map = new Map();
map['primeiro'] = 1;
map['segundo'] = 2;
map['terceiro'] = 3;
map['quarto'] = 4;

5. Operações aritméticas ➗

Os tipos numéricos (int, double e num) mencionados anteriormente fornecem alguns métodos e propriedades que podem ser utilizados para transformações/operações. Além disso fornecem também a capacidade para expressões utilizando operadores + (adição), — (subtração), * (multiplicação), / (divisão) e % (resto da divisão).

Vou listar abaixo alguns métodos que podem ser utilizados sobre essa tipagem. Note que esses métodos podem ser utilizados como helpers.

6. Operadores relacionais

7. Estrutura de condição

Como em qualquer outra linguagem precisamos trabalhar com condições, no caso de Dart e como na grande maioria das linguagens estamos bem servidos com if, else, ? : (if ternário), ?? (checagem de valor nulo) e switch. Irei demostrar cada um deles em código abaixo.

• Condicional if

  if (2 > 1) {
    print('2 é maior que 1');
  }

• Condicional else

  if (1 > 2) {
    print('1 é maior que 2');
  } else {
    print('1 não é maior que 2');
  }

• Condicional ? :

  print(1 > 2 ? '1 é maior que 2' : '1 não é maior que 2');

• Condicional ??

  String valor;
  print(valor ?? 'Não informado');

  String valor = 'Valor';
  print(valor ?? 'Informado');

• Condicional switch

  String cor = 'verde';
  
  switch(cor){
    case 'vermelho':
      print('É vermelho');
      break;
    case 'amarelo':
      print('É amarelo');
      break;
    case 'verde':
      print('É verde');
      break;
    default:
      print('Cor não encontrada');
  }

8. Estrutura de repetição 🔁

Agora iremos falar sobre sobre os “loop” ou laços de repetição, em dart como nas demais linguagens temos, for, for...in, forEach, while e o do while.

8.1. Laço “for”

Normalmente utilizado em listas, quando já sabemos a quantidade de elementos que temos que percorrer.

List<String> listaDeNomes = ['Paulo', 'José', 'Cagol'];
for(int i = 0; i < listaDeNomes.length; i++) {
  print(listaDeNomes[i]);
}

8.1.1. Laço “for…in”

List<String> listaDeNomes = ['Paulo', 'José', 'Cagol'];
for(String nome in listaDeNomes) {
  print(nome);
}

8.2. Laço “forEach”

Um método helper das listas que realiza uma ação programada para cada elemento percorrido.

List<String> listaDeNomes = ['Paulo', 'José', 'Cagol'];
listaDeNomes.forEach((nome) {
  print(nome);
});

8.3. Laço “while”

O while é um laço que executa um determinado bloco de código enquanto uma condição for verdadeira. Normalmente utilizado quando não sabemos a quantidade de vezes que deve percorrer os elementos.

int contador = 0;
while(contador < 10) {
  print(contador);
  contador++;
}

8.4. Laço “do while”

Muito parecido com o while em si, porém o do while chega a condição de saída no final.

int contador = 0;
do {
  print(contador);
  contador++;
} while(contador < 10);

9. Estrutura de funções

As funções são blocos de código que executam alguma operação. Quando utilizadas sozinhas, são chamadas de funções. Quando associadas a algum objeto, são chamadas de métodos.

A função main(). Em Dart é a função mais importante, é onde o código começa executar, caso entre nesse momento no DartPad verá que a mesma já vem codificada.

void main() {
  ...
}

A palavra reservada void indica que a função não tem retorno, quer dizer que ela somente executa uma instrução de código mas não resulta nada a partir dela, de certa forma. Por exemplo abaixo demostro uma função denominada somar com retorno, no caso resultando a soma de dois valores.

double somar(double a, double b) {
  return a + b;
}

void main() {
  var soma = somar(somar(1, 1));
  print(soma);
}

Note que entre parenteses "(double a, double b)" foi declarado duas variáveis, em métodos e funções isso se chama parâmetros, você pode passar qualquer tipo de variável por parâmetro em uma função, até mesmo outra função!! Isso é feito muito no Flutter, quando abordar Flutter em um artigo demostrarei.

Bem irei finalizar o artigo por aqui, falando sobre funções, porém o Dart como qualquer outra linguagem envolve muito mais do que escrevi, conforme vai se aprofundando, estudando cada vez mais, conseguirá notar a grande variedade de alternativas para implementações… Como tudo em nossa área, nunca deixe de continuar estudando e se aperfeiçoando, pois sempre tem novidade para aprender, fico por aqui, grande abraço e até a próxima 👋